Eles já fazem parte de 44% dos lares brasileiros e formam uma população de 33 milhões de cães e 17 milhões de gatos. O número de animais de estimação cresce no mundo, na medida em que o relacionamento entre humanos e pets se torna cada vez mais estreito. Quem foi que disse que o cão, por exemplo, serve apenas para proteger a casa? Ele também pode fazer natação e reiki, por que não? Pode ajudar a identificar doenças, localizar feridos em desmoronamentos ou ser mais que um amigo para um deficiente visual.
A identificação do animal como um ser que merece atenção e cuidados contribuiu para que as pessoas começassem a fazer uma série de questionamentos, entre eles, sobre a capacidade de ter e expressar sentimentos. Para o professor emérito de biologia da Universidade do Colorado, Marc Bekoff, as pessoas se deram conta que os animais são seres com sentimentos e não apenas objetos irracionais e insensíveis. “Elas querem saber o porquê das emoções deles terem evoluído e não se eles evoluíram”, explica Bekoff, que é autor e organizador de mais de duzentos artigos científicos e diversos livros sobre animais, entre eles, “A Vida Emocional dos Animais”, lançado em setembro do ano passado no Brasil, pela editora Cultrix.
É comum os donos compartilharem as experiências que eles possuem ao lado dos pets, ressaltando o quanto eles ficam felizes, tristes ou mesmo manhosos. A descrição das características do mascote já demonstra o grau de envolvimento entre ambos. Por exemplo, faça o teste, se te perguntarem como é o seu cachorro, o que você responderia? Aposto que destacaria aspectos comportamentais dele, e não físicos. Acredita que esse tipo de descrição se repetiria anos atrás? “As pessoas estão compreendendo que a aproximação com os animais de companhia se deve ao fato deles terem sentimentos. Elas também perceberam como a presença dos pets é boa e como eles também gostam de estar na companhia dos humanos”, aponta o especialista.
Segundo Bekoff, o naturalista britânico Charles Darwin foi o primeiro a estudar as emoções dos animais de maneira sistemática, no entanto, os estudos mais aprofundados sobre o tema se iniciaram há aproximadamente 15 e 20 anos. Darwin atribuiu aos animais seis emoções – raiva, felicidade, tristeza, aversão, medo e surpresa -, considerando-as básicas. Com o tempo, outros estudiosos acrescentaram mais sentimentos, entre eles, o ciúme, desprezo, culpa e a inveja. “Eu sabia que os animais, incluindo os cachorros, mostravam empatia e compaixão, mas fiquei surpreso ao ver o quanto isso era difundido no reino animal. Ratos e galinhas também sentem empatia”, revela o professor, em referência a um estudo divulgado pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, em março deste ano.
Fonte: http://guiauniversopet.com.br/comportamento/os-animais-tem-sentimentos/